Segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de 2010, existem, no Brasil, 45 milhões de pessoas que declaram possuir algum tipo de deficiência. Dentre estas, 6,5 milhões de pessoas com deficiência visual, sendo 582 mil cegas e 6 milhões com baixa visão (BRASIL, 2011). Os dados apresentados pelo IBGE demonstram uma quantidade significativa de pessoas com deficiência visual no Brasil. Sendo assim, é necessário promover a capacitação docente para o atendimento igualitário desta população. De acordo com o Decreto 7611/11 Art.1ª Inciso I, é dever do Estado ?garantir um sistema educacional inclusivo em todos os níveis, sem discriminação e com base na igualdade de oportunidades?. Neste sentido, é fundamental que o educador esteja preparado para atender alunos com diferentes tipos de diversidade funcional. A seguir, são apresentados alguns apontamentos sobre o sistema de escrita musical em Braille e o processo de ensino e aprendizagem da música por parte desta população. O sistema Braille e o sistema de escrita musical em Braille, a chamada musicografia Braille, foram criados por Louis Braille no início do século XIX. No entanto, a Musicografia Braille foi modificada várias vezes, a fim de melhorar e unificar o código musical em Braille (GIESTEIRA, 2011). Depois de várias reuniões e conferências, realizadas entre 1888 e 1994 a unificação da Musicografia Braille ocorreu em 1996 e resultou no desenvolvimento do Novo Manual Internacional de Musicografia Braille, publicado originalmente em inglês no ano de 1997, traduzido para o espanhol em 1998 e para o português em 2004. Devido à recente sistematização, verifica-se a falta de materiais didáticos, literatura atualizada, transcritores de partitura, profissionais capacitados e publicações relacionadas ao tema (GIESTEIRA; GODALL, 2012). Fundamentação teórica Serão utilizados como fonte de pesquisa diversos livros e materiais relacionados à transcrição de partitura em Braille, tais como o Novo Manual Internacional de Musicografia Braille (2004), An Introduction to Music for the Blind Student (2000), Introduction to Braille Music Transcriprion (2005), Music Braille Code (2007) e Manual simplificado de musicografía Braille: versión para no ciegos (2001). Além disso, para auxiliar na fundamentação teórica, serão utilizados principalmente autores tais como Berteveli, (2010), Giesteira, (2013), Giesteira; Godall (2012), Giesteira (2015) Herrra, (2010a, 2010b, 2010c), Bonilha, (2009, 2010), Goldstein (1994, 2000), Jimenez (2004), Smaglio (1998), entre outros. Objetivos gerais Criar subsídios para a atuação do professor de música no contexto da educação Inclusiva. Objetivos específicos Elaborar um material didático para a formação de professores e transcritores em musicografia Braille. Promover a capacitação de professores da comunidade e alunos do curso de música da Unespar para atuação no ensino de pessoas com deficiência visual. Fomentar a reflexão e a pesquisa em educação musical especial.